O futuro com a tecnologia LEO

Enquanto o mercado móvel avança no 5G, o mercado satelital aposta fortemente na tecnologia de constelações de satélites em baixa órbita (LEO), tendo como expoentes empresas como Telesat, Starlink e OneWeb.

Essa solução satelital tem como principais vantagens a alta capacidade de banda e a baixa latência. Por ficarem em baixas órbitas, demandarão equipamentos mais
acessíveis tanto em custos quanto em tamanho e, consequentemente, na operação e manutenção desta rede.

A intenção dessa tecnologia é ficar cada vez mais próxima dos custos e velocidades dos serviços terrestres, comparados à fibra óptica, por exemplo. No mercado comentamos que LEO será a fibra óptica satelital, com uma vantagem incomparável quando o assunto é cobertura global.

No último mês de abril, a Anatel aprovou para a Telesat, o direito de exploração de
constelação de satélites não geoestacionários para um prazo de 14 anos. Anteriormente, já havia sido aprovado para a Starlink.

O Sistema da Telesat nomeado como Lightspeed é formado por 293 satélites em baixa órbita para cobertura de banda larga. A previsão é iniciar a operação comercial no segundo semestre de 2023. O objetivo é atender operadoras de telecomunicações no que se refere a mobile backhaul 4G e 5G, o mercado corporativo – principalmente aviação e navegação – além de governos.

A previsão é que, em dezembro de 2023, teremos no Brasil 5G e satélites LEO
implantados e em operação comercial. Será tanta banda disponível que eu me
pergunto se haverá demanda para tudo isso.

O mercado satelital sempre foi cíclico, altas demandas de banda, baixa oferta de
banda, baixas demandas de banda ou alta oferta. No caso de LEO, estamos falando de milhares de satélites em baixas órbitas com alta capacidade de banda em paralelo com 5G.

Aplicações no segmento Oil&Gas serão fortemente beneficiadas com a chegada dos satélites LEO, pois poderão trabalhar com alto valor de banda a um menor custo, permitindo, assim, muitas aplicações e interações nas plataformas. Um bom exemplo são soluções IoT para auxiliar na operação. Imaginem plataformas, sondas e navios em alto mar, com operação ininterrupta gerando um grande volume de dados e podendo ser transmitidos em tempo real para a sede, auxiliando todo o processo e tomadas de decisões.

Esse tema está tão em voga que Elon Musk esteve em maio no Brasil para discutir possibilidades de serviços usando a sua rede LEO através da empresa Starlink. Segundo noticiários, a intenção de Elon Musk será, em parceria com o governo federal, monitorar a floresta amazônica e oferecer internet para 19 mil escolas em áreas rurais.

Se até Elon Musk está investindo nessa tecnologia, alguém dúvida que para o  LEO nem o céu será o limite?

POR ANTONINA BURITI.